quarta-feira, 14 de outubro de 2009

o ano que vem pode ser melhor

Economia doméstica - O ano que vem pode ser melhor 25/11/2008
O fim do ano é a melhor época para pôr em prática o planejamento financeiro e começar a fazer um orçamento doméstico. Ter as contas sob controle garante segurança nos momentos difíceis.
Quer terminar 2009 numa condição financeira melhor do que está terminando 2008? Não, este não é o slogan de uma forma milagrosa de ganhar dinheiro, nem a oferta de um empréstimo com juros baixos. Trata-se de uma pergunta que todos deveriam fazer neste período do ano. De acordo com os especialistas em finanças pessoais, não adianta fazer mil promessas, jurando gastar menos. Antes de estourar o champanhe é preciso gastar tempo para organizar um orçamento para o ano que chega e planejar gastos e investimentos.
Segundo o consultor financeiro Raphael Cordeiro, o fim do ano é o melhor momento para pensar em um orçamento familiar de longo prazo. “Planejar e equilibrar é a única forma de obter uma evolução na situação financeira”, diz. Para ele, o segredo é fazer um orçamento do ano todo e a partir dele tomar decisões. Nesse descritivo – pode ser uma tabela de computador ou mesmo um controle num caderninho –, deve-se prever as ambições de consumo e pensar nas alternativas de investimento.
Esta lição a engenheira mecânica Leila Gonçalves Figueiredo já aprendeu há algum tempo. Ela e o também engenheiro mecânico Roberto Ramos Prado são casados há 27 anos e, desde que passaram a dividir o mesmo teto, mantêm um controle de despesas. “No início tínhamos um caderninho onde especificávamos tudo o que era gasto. Agora evoluímos e criamos uma planilha no computador. Mas nada muito complexo, aliás é bem simples de manusear”, revela Leila.
Para o casal, o controle das contas é uma forma de garantir que os gastos não irão extrapolar a receita da família. “É uma questão de valor. Nós procuramos gastar apenas o que temos e ter uma vida controlada, dentro da nossa realidade”, explica a engenheira. Ela acrescenta ainda a importância de incluir os filhos na discussão sobre o orçamento familiar. “Desde os 10 anos incluímos nossos filhos nas conversas sobre dinheiro. A cada dois ou três meses fazemos uma reunião mostrando onde estamos gastando demais e como podemos melhorar.”
E não são somente os gastos mais expressivos que figuram nas anotações. Até o dinheiro gasto com os pãezinhos para o café são devidamente controlados. “Só sabendo quanto e onde se gasta dá para descobrir onde dá para cortar e como economizar”, garante Leila.
Com a experiência acumulada, o casal encontrou uma forma de dividir as funções na gerência do orçamento familiar. Segundo Leila, ela é a responsável por fazer as anotações semanalmente e Roberto fica com a função política de conversar e convencer a família a não gastar mais do que deve.
Nem precisa dizer que o cenário na casa da família Prado-Figueiredo é ideal e aprovado por qualquer economista. Na opinião do professor do curso de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná Christian Luiz da Silva, o controle do fluxo de caixa é sinônimo de prosperidade, seja para pessoas, empresas ou governos. “Racionalizar e reduzir as despesas é a única forma de ter segurança em momentos difíceis.”
Além da possibilidade de manter as economias longe do vermelho, a adoção de um orçamento permite o planejamento da compra de um bem ou da realização de uma viagem. “Nós trocamos de carro a cada seis ou sete anos e antes de efetuar a compra procuramos guardar dinheiro para não ter que pagar juros em um financiamento”, diz Leila. Para evitar o uso do dinheiro para outro fim, a família autorizou o banco a destinar um valor fixo por mês para uma aplicação.
O professor sugere que aqueles que nunca estruturaram um orçamento comecem pegando extratos bancários dos dois ou três últimos meses, para ter um ponto de partida. “Não dá para fazer um planejamento do nada, tem que procurar resgatar um histórico de despesas e, a partir daí, analisar a estrutura de gastos.” Silva reforça ainda a necessidade de eliminar as dívidas e fazer um planejamento pensando nas contas de janeiro.
Quanto às despesas de fim de ano, Leila Figueiredo explica que há algum tempo adotou uma filosofia: “Não adianta gastar em um mês e ter um Natal com muitos presentes e uma viagem de férias de 15 dias e levar oito ou dez meses do ano seguinte para encontrar o equilíbrio novamente.”
O relato da família dela dá a impressão de que o impulso consumista não dá as caras por lá, mas não é bem assim. “Nós, obviamente, temos vontade de comprar muitas coisas, mas eu garanto que mais vale não ter dívidas”, conclui.
Para fazer o orçamento
Para ter um orçamento familiar, é preciso planejar, eleger prioridades e, eventualmente, corrigir seus hábitos de consumo. A elaboração do orçamento familiar demanda tempo, mas é necessária para poder fazer planos para o futuro. Se você está disposto a começar 2009 com um orçamento familiar organizado, pode aproveitar algumas dicas de Gonçalves Figueiredo com o aval do consultor financeiro Raphael Cordeiro e do professor de economia Christian Luiz da Silva.
Passo 1: Identifique para onde está indo o dinheiro. Discrimine as despesas fixas como luz, água, telefone, alimentação, aluguel, condomínio, transporte, educação, plano de saúde e outras. Aqui lembre-se também das despesas eventuais com remédios, oficina mecânica, lazer, cabeleireiro, além das prestações, taxas, impostos e cheques pré datados.
Passo 2: A partir do levantamento, projete o orçamento para os próximos meses, considerando as despesas sazonais como volta às aulas, IPVA, licenciamento, datas comemorativas, férias para a família e outras.
Passo 3: Hora de considerar as receitas. Entram aqui os salários de todos os membros da família e as outras rendas com aluguéis, por exemplo. Lembre-se de utilizar o valor líquido recebido.
Passo 4: Momento de pegar a calculadora e deduzir as despesas das receitas. Reserve uma parcela de suas receitas para investimentos.
Passo 5: Ainda que o resultado de toda essa operação esteja dentro das suas expectativas, procure identificar gastos que podem ser eliminados ou reduzidos. Isso vai envolver uma mudança de hábitos que não acontece da noite para o dia. Mas vale a pena o exercício.
fonte:gazeta do povo

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