terça-feira, 20 de outubro de 2009

o abc das finanças

Faça as contas
O abc das finanças para você organizar o orçamento doméstico

Por Simone Muniz 29/05/2009

Onze anos de ensino fundamental e quase nada foi ensinado sobre comércio, economia, finanças ou impostos. Não é à toa que as pessoas tendem a sentir dificuldades para contabilizar os próprios gastos. Para suprir essa necessidade, o professor universitário e economista José Pio Martins criou uma metodologia fácil para organizar os gastos pessoais e familiares, baseada na classificação das despesas entre as obrigatórias e não-obrigatórias, as fixas e variáveis. Com isso, permite maior conhecimento do que é possível substituir ou não no orçamento doméstico.

De acordo com o professor, o primeiro passo é se interessar pelo assunto e buscar informações. Perguntar ao gerente de banco, a um consultor financeiro, aos amigos e familiares, procurar em revistas, na internet, nos livros ou até palestras e cursinhos.

Depois, ele sugere aprender a diferença entre balanço patrimonial e fluxo de caixa e passar ao papel. O balanço patrimonial é uma lista pequena com os ativos (bens e direitos) e passivos (dívidas e obrigações), normalmente feito a cada ano, na época do recolhimento do imposto de renda. Já o fluxo de caixa detalha todos os ganhos e perdas em períodos curtos, como um mês ou um trimestre. Permite que se visualize os recursos disponíveis para comprar ou realizar parcelamentos. Alguns bancos dispõem de software para estabelecer fluxo de caixa. Ou uma tabela pode mesmo ser encontrado na internet com uma busca por sites de finanças pessoais.

O fluxo de caixa proposto por José Pio Martins classifica as despesas mensais em quatro categorias: obrigatórias e não-obrigatórias, fixas ou variáveis. As obrigatórias são as necessidades básicas como moradia, alimentação, vestuário, transporte. Obrigatórias fixas são as que mais difíceis de reduzir, pois envolvem mudanças radicais. São elas: aluguel, condomínio, IPTU. As obrigatórias variáveis podem ser reduzidas com pouco de esforço, como alimentação, vestuário, higiene, telefone, combustível.

As não-obrigatórias fixas são taxas mensais como plano de saúde, assinaturas de jornais, TV a cabo, internet, clube. E as não-obrigatórias variáveis são produtos de beleza, viagens e lazer. Com essa divisão, é possível conhecer melhor os próprios gastos para descobrir o que vale a pena substituir.

Feito o fluxo de caixa de, pelo menos, três meses, o professor sugere que se realize uma projeção de fluxo de caixa para todos os meses do próximo ano, considerando as variações das receitas e despesas durante o ano –como 13º salário em dezembro e o IPTU e o IPVA em janeiro. E acompanhar a projeção a cada mês, comparando com os gastos reais, observando em que se excedeu, revendo em que deseja gastar. Não é preciso se ater a números muito detalhados, pode-se arredondar os valores, afinal o acompanhamento é trabalhoso.

José Pio Martins sugere que toda a família seja envolvida na tarefa de relacionar os bens, acompanhar o fluxo de caixa e estabelecer metas. Pensar juntos em como controlar o orçamento, planejar a realização de sonhos e se informar sobre investimentos que geram renda, como títulos, imóveis, fundos ou ações, garantem não só um futuro como também um presente mais tranqüilo. Tudo isso, é claro, se não se esquecer de que é preciso também curtir os bons momentos e não esquentar demais a cabeça com finanças. "Trata-se de uma tarefa, sem dúvida, muito difícil, porém, fundamental", afirma Martins.

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