sexta-feira, 16 de outubro de 2009

finanças comportamentais

Por Ricardo Pereira
Você já reparou que muitas pessoas consideram o ato de ir às compras uma terapia? Gastar muitas vezes funciona como uma tentativa de fuga dos problemas ou como uma porta para um mundo novo, de conquistas e valorização pessoal - um mundo que, quase sempre, não cabe dentro de nosso orçamento.
De fato, comprar faz bem ao ego. Nos sentimos bem, nossa autoestima balança. Claro, não é pecado algum desejar passar algumas horas passeando em lojas e consumindo bens e produtos. Acontece que raramente nos preocupamos em respeitar os limites familiares e objetivos impostos pelo planejamento financeiro. Deixamos a euforia e a emoção tomarem conta do cotidiano e gastar se transforma em uma atitude automática, corriqueira.
Dinheiro na mão voa (e não volta)
O comportamento é algo atualmente estudado por uma área interessante das finanças pessoais: a Psicologia Econômica. Temas como finanças comportamentais entram de forma definitiva na pauta de especialistas e consultores, o que abre excelente precedente para relacionarmos decisões financeiras e sentimentos. Afinal, somos racionais só quando queremos e adoramos justificar péssimas escolhas. Vamos mudar isso?
Existem diversas formas de não comprar por impulso. Uma delas é carregar o dinheiro contado para a compra desejada. Os cartões de crédito e débito também podem ser usados, afinal emitem uma nota para conferência que serve de alerta para os gastos efetuados. Mas é preciso usá-los como ferramentas de compra, facilitadores e não como crédito fácil.
Da mesma forma, ter um objetivo definido faz com que, ao gastar mais do que sua capacidade permite, a luz amarela se acenda. Com o planejamento em dia e o orçamento bem controlado, sua própria consciência financeira será sua inquisidora e mostrará que o consumo por impulso não pode ser mais importante do que a realização de um objetivo desejado e planejado. Nunca.
Momentos de grande apelo emocional, como casamento, nascimento do primeiro filho, ocasiões únicas (formaturas, reencontro de velhos amigos etc.) costumam ser as piores ocasiões para o bolso e para o consumo consciente. A vontade de oferecer o melhor extrapola o padrão de vida de muitas pessoas, o que as coloca em delicada situação. A solução é manter a simplicidade e controlar o ímpeto, atendo-se às compras que caibam em seu planejamento. Aproveite promoções e saiba lidar com as exigências da sociedade; poucas delas precisam ser cumpridas à risca.
A importância do consumo
Faço questão de frisar que as boas práticas financeiras não condenam o consumo. Afinal, a partir dele a economia de um país gira, cresce e gera empregos. Entretanto, não podemos concordar com o consumo sem critério, indiscriminado. O mundo passa por uma transformação onde velhas praticas financeiras passam por questionamentos, inclusive sobre os aspectos de sustentabilidade.
Perceber a linha tênue entre consumir com responsabilidade e passar dos limites é um grande desafio. Mas, você há de concordar, ele precisa ser encarado com atitude, energia e desejo de mudança. Ora, quem concilia bem estar, objetivos plausíveis e planejamento financeiro com certeza tem uma vida mais plena e feliz.
Publicado por: Ricardo Pereira às 11:10 am - 0 COMENTÁRIO
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Segunda, 10 de Agosto de 2009
Primeiro emprego - Dicas para o sucesso financeiro
Um dos momentos mais importantes da vida de qualquer profissional é a hora em que surge a oportunidade do primeiro emprego. O sentimento de independência que aparece com a possibilidade de direcionar a vida de acordo a renda própria oferece um desafio tremendo para os jovens. Estes têm que aprender a lidar com vários conceitos que, na maioria das vezes, foram negligenciados no ensino familiar. A questão financeira ainda é um choque para os que começam a trabalhar.
Interessante notar como poucos de nós somos capazes de lembrar exatamente o que fizemos com nosso primeiro salário. Quando lembramos, é porque, na maioria das vezes, o usamos de maneira passional e sem um planejamento eficaz e coerente - sem pensar na necessidade de construir um futuro mais próspero. O ideal é que possamos, desde o primeiro salário, já pensar nas realizações, problemas e emergências que o futuro nos reserva. Isso significa dar atenção ao orçamento doméstico!
Para você que está prestes a iniciar a carreira profissional ou que conhece alguém que está nesse momento da vida, citamos algumas dicas que poderão facilitar o desenvolvimento financeiro na busca pela independência de fato:
Pague-se primeiro. Tido como um dos principais mandamentos da educação financeira, o raciocínio cabe como uma luva nessa situação. Desde o primeiro salário, é fundamental reservarmos um valor (algo entre 10% e 20%) para a formação de sua poupança. No decorrer de nossas vidas pagamos contas diversas, então nada mais justo do que guardarmos um percentual do salário para o futuro.
Crie objetivos para seu dinheiro e respeite-os. Poucos são os que realmente conseguem guardar dinheiro quando não há um objetivo claro. Defina metas de curto, médio e longo prazo e veja nelas a razão para poupar e investir parte de suas receitas. Escreva seus sonhos em um papel que fique visível, precifique-os e veja, gradativamente, seu dinheiro começar a se transformar em realizações palpáveis.
Invista em formação. No Brasil, ainda temos um déficit enorme para funções em que é necessária formação sólida e especializada. Esse investimento certamente lhe proporcionará uma renda maior, o que lhe trará um melhor padrão de vida e melhores chances de colocar em prática seus planos de investimento e controle financeiro.
Aprenda a lidar com o crédito. A partir do momento que se possui renda, passamos a ter acesso ao crédito - o que é muito bom. Infelizmente, por falta de conhecimento muitos utilizam as diversas formas de crédito de forma errada e sem critério. É fundamental entender que, ao utilizar o crédito, existirá em um determinado tempo uma uma dívida, uma fatura a ser paga. Não gaste mais do que sua capacidade de pagamento permite e respeite os limites de suas receitas.
Equilibre bem diversão, família, amigos e trabalho. É claro que o lazer é fundamental, afinal após muito trabalho e estudos nada melhor do que sair com os amigos. Faça isso, mas use o bom senso. Faça isso, mas nem sempre em lugares ou acontecimentos que lhe custem muito. Poupe dinheiro. Com o passar do tempo, você perceberá que muito dinheiro passará por suas mãos. O segredo das pessoas que conseguiram a independência financeira é justamente a capacidade de reter parte deste dinheiro e destiná-la também aos objetivos e projetos do amanhã.
Essas são algumas dicas, simples, porém muito importantes e de grande valor para quem está começando. Ao segui-las, você perceberá, em pouco tempo, que cuidar do dinheiro e vê-lo crescer é relativamente fácil: disciplina, um pouco de inteligência financeira e planejamento dão conta do recado. Mas é preciso começar! Agora!

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