segunda-feira, 19 de outubro de 2009

como fazer um orçamento domestico participativo

Como fazer um orçamento doméstico participativo
Edição 15 - 6/4/2008
Convocar filhos e marido para ajudar a definir metas futuras e controlar os gastos é uma forma eficiente de fazer um orçamento doméstico que dê resultados.
Planejamento, controle, poupança e postura pró-ativa são a alma do negócio quando o assunto é orçamento doméstico. Aquela difícil tarefa de fazer sobrar dinheiro no fim do mês, pode não ser tão dolorosa ou impossível se você fizer uma boa gestão sobre o que você ganha e anotar tudo o que gasta. Se você estimular sua família a fazer isto de forma participativa pode ser ainda mais prazeroso.

Muitos especialistas em finanças pessoais afirmam que a melhor forma de fazer o orçamento doméstico familiar é convocando filhos e marido para ajudar a definir as escolhas, controlar os gastos e, sobretudo, traçar metas futuras. Com objetivos de médio prazo em mente, como uma viagem de férias, a mudança para uma casa maior ou um curso para os filhos no exterior, a família pode se sentir mais motivada em colaborar neste orçamento participativo.

Você já deve ter ouvido inúmeras vezes que consumo sem orçamento é um caminho perigoso que pode desestabilizar relações familiares e entre casais. Poucas famílias se reúnem para discutir seus gastos e quem está no comando das finanças acaba sendo um algoz. Aquele que vai dizer o que pode ou não pode ser gasto e que vai levar a culpa no final se algo não der certo.

Naturalmente, o pai ou mãe de família deve assumir a tarefa de liderar essa conversa sobre o orçamento doméstico. Com essa atitude, você pode ganhar aliados para gerar a receita necessária para financiar o consumo familiar. Os sonhos de consumo começam a virar realidade a partir do momento em que todos se juntam e traçam uma estratégia comum para alcançá-los.

Como começar a fazer um orçamento

Na prática, é mais interessante começar este planejamento pelas metas do que pelos cortes. Estabeleça as metas de conquistas, chame toda a família para participar e defina os cortes nos gastos.

Em seguida, anote em um papel de um lado as receitas da família e de outro, as despesas em um período, por exemplo, de um mês. Neste momento veja se a diferença (o que sobra entre receitas menos despesas) é suficiente para alcançar os objetivos definidos anteriormente. Este primeiro cálculo é chamado de fluxo de caixa. Assim como as empresas listam suas despesas e receitas no fim de cada mês, trimestre ou ano, você deve criar o seu próprio fluxo de caixa. Desta forma fica mais fácil você saber onde e quanto precisa cortar das despesas, ou mesmo planejar como aumentar as fontes de receita da família.

Ao criar seu fluxo de caixa, será possível comparar gastos e começar a pensar em uma forma de controlá-los, ao término de cada período. O primeiro passo é separar as despesas por itens, como moradia (tudo o que você gasta na sua casa: aluguel ou prestações, luz, gás, telefone, TV a cabo, internet, empregada doméstica, condomínio, etc.), alimentação (supermercado, restaurantes, lanches fora de casa), saúde (plano de saúde, remédios, etc.) transporte (gasolina, mensalidade de transporte escolar, etc.), vestuário e lazer. Se você tem outras despesas recorrentes crie outras categorias, dependendo do seu estilo de vida.

De outro lado, é necessário anotar todas as receitas da família (salários, rendas com aluguel, ganhos com aplicações financeiras, etc.). O importante é registrar todas as despesas da casa, do contrário você perde a gestão sobre os gastos da família e não sabe para onde o dinheiro está indo. É fundamental incluir também as pequenas despesas, pois nossa memória quando se trata de dinheiro é curtíssima.

O professor de finanças do IBMEC São Paulo, Ricardo Rocha, afirma que as pessoas devem adotar uma posição pró-ativa em relação ao orçamento doméstico, antecipando as despesas extraordinárias (como o pagamento de uma despesa médica), pois elas sempre ocorrem. Não se deve ser reativo nestes casos, só se preocupando com o orçamento doméstico quando o dinheiro começa a faltar e a família começa a usar o limite do cheque especial. "Não se deixe guiar pelo saldo bancário", afirma o professor e consultor.

Muitos consultores financeiros dizem que outro segredo para uma vida financeira saudável é abolir qualquer forma de crédito, sobretudo aqueles financiamentos que envolvam juros. Parece óbvio, mas o ideal é vivermos sem dívidas e não gastarmos mais do temos. Portanto, livre-se delas o quanto antes!

Por fim, um orçamento doméstico participativo é um grande ensinamento para deixar para seus filhos e, ainda mais importante: passar a dividir com eles a responsabilidade pela conquista dos sonhos de consumo, sem precisar desestabilizar financeiramente a família. Esta é uma das mais importantes lições de educação financeira.

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